Um Ser Lisonjeado Pelo Dom - Homenagem aos Professores

Um Ser Lisonjeado Pelo Dom

Professor Paulo Ricardo Bussi

15 de Outubro de 2020

 

 

15 de outubro é o dia do…

Sor, posso ir no banheiro? Por que não? Ah, sor!

A folha é “de assim” ou “de assim”, sor?

De lápis ou de caneta, sor?

O quê que é pra fazer, sor?

Sor, por que “tudo junto” se escreve separado e “separado” se escreve tudo junto?

Sor, eu gosto muito do sor, mas da matéria do sor, eu odeio!

Me dá um ponto na média, sor?

O quê que eu faço pra aumentar minha nota, sor?

Sor, a prova tá fácil?

Posso apagar o quadro, sor?

Eu vi o sor no mercado hoje!

Meu, o sor tá namorando!

O sor tava na praia!

O quê que o sor faz em casa, sor?

 Sim, caros alunos: existe vida depois da escola! Professor também é gente!

Tem gente que estuda pra se livrar da escola. O professor estuda pra ficar nela.

A gente reclama, mas “GOSTCHA” de trabalhar!

A nossa comissão é o olhar de surpresa no rosto de um aluno que fez uma descoberta, é acompanhar a evolução dos alunos, é ver que um ex-aluno progrediu na vida, é saber que – de alguma maneira – a gente acaba fazendo parte da vida dos alunos, é levar um pouco de conhecimento, discernimento, criticidade, cidadania…

Somos providos de vários dons, todos exclusivos: paciência, criatividade, sabedoria, empatia, inspiração, etc…

Mas não somos dicionários, calculadoras, mapas, livros, museus ambulantes! Não temos toda a sabedoria. Apenas temos o exclusivo dom de semear a sabedoria. Fértil e próspero é o solo que dá raízes e frutos!

Infelizmente, nem todo solo frutifica. É triste quando um aluno resolve seguir por outro rumo, sofrendo as consequências dessa terrível escolha.

Os ócios, contudo, não ferem nosso ofício. Todo professor ama a sua profissão. É um lisonjeio da natureza ser agraciado com essa vocação.

Oxalá todo dia fosse 15 de outubro. Que todos lembrassem com carinho desse profissional, o qual erra, tropeça, comete deslizes… Porque é humano.

Se algum dia, um professor errou feio com você, tenha certeza de que foi tentando acertar. Um espírito materno, paterno, fraterno é o guia de um verdadeiro docente.

Uma pena que nem todas as pessoas sejam guiadas pelo espírito docente. Porém, eu desafio qualquer pessoa que esteja lendo esta crônica. Duvido que nenhum de vocês não tenha ao menos uma boa lembrança de ao menos um professor que tenha passado pela sua vida.

Percebeu? Os professores passam pela vida da gente. Bons ou ruins, eles deixam marcas nas nossas vidas. E, de alguma maneira, transformam o nosso jeito de enxergar o mundo.