COMO TUDO COMEÇOU:

No início do ano letivo eu e um grupo de estudantes estávamos nos reunindo com a intenção de criarmos um vídeo apresentando os estudantes da Escola Jorge Lacerda fora do ambiente escolar. Sabemos que muitos praticam esportes, outros desenvolvem atividades artísticas, tem habilidades tecnológicas e temos também os empreendedores.

A intenção era conhecer melhor os discentes, elevar a autoestima dos jovens, valorizando e ressignificando o repertório de saberes que os estudantes trazem consigo e também inspirar outros que afirmam erroneamente não terem “nenhum talento ou habilidade”. 

Com o início da Pandemia e do decreto estadual promovendo o isolamento social tivemos que repensar o projeto e decidimos alterar o formato de vídeo para revista digital. 

O afastamento repentino da escola, os noticiários diários de mortes e doentes pela Covid-19 e também pela Dengue em nossa cidade, causam grande abalo emocional, principalmente aos jovens que tem na escola um espaço importante de sociabilidade, do qual no momento estão privados.

A palavra talento era uma unidade de massa usada na antiguidade para designar grandes quantidades de ouro ou prata. Nas sociedades contemporâneas essa expressão confunde-se com habilidade, capacidade, desenvoltura para determinado campo do saber.

Não se trata de nenhum guia das profissões, absolutamente, a revista é um instrumento de valorização dos educandos, um elo de afetividade nesse momento difícil para todos nós.

A descoberta desses talentos é resultado de pesquisas que fizemos junto aos estudantes utilizando a ferramenta Google Formulários e entrevistas feitas pelo aplicativo whatsapp.

O projeto preconiza de forma empírica aspectos importantes das competências socioemocionais como a empatia e a autoestima, fundamentais para possibilitar o convívio harmônico em sociedade.

Nessa edição temos a participação dos familiares dos estudantes, da professora de sociologia Suelen Cristiane Fruneaux, uma entrevista fictícia em homenagem à Tereza de Benguela.

Em 1992, na República Dominicana, foi realizado o 1º Encontro de Mulheres Afro-latinoamericanas e caribenhas. Foi instituído a data de  25 de julho, como o dia da luta contra o racismo e pela visibilidade da mulher negra. Em 2014, a presidenta Dilma Rousself decretou o dia 25 de julho como Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, para saber mais leia a entrevista de Tereza.

Olympe de Gouges também foi “entrevistada” pelos estudantes. Os jovens estão estudando sobre a Revolução Francesa que teve início em julho de 1789. As mulheres tiveram grande participação no evento, mas são pouco citadas. A participação feminina já é percebida em outubro de 1789 quando ocorreu a “Marcha para Versalhes”.

A Senhora Gouges desafiando as convenções do seu tempo, lançou-se na defesa da participação efetiva das mulheres no cenário político. O fim dessa história vocês saberão lendo a entrevista.

Organizadora: Professora: Angela Maria Vieira

Capa: Antonia  Jesus de Paula Rodrigues Pinheiro

Joinville, 15 de Julho de 2020

ENTREVISTADO: ANÔNIMO, 15 ANOS

ESTUDANTE DO ENSINO MÉDIO

TALENTOSO E PROMISSOR ESCRITOR

Entrevistador - Quando você começou a escrever? Quem te estimulou?

Entrevistado - Comecei a escrever aos 14 anos, hoje estou com 15. Fui estimulado por uma professora de português que tive chamada Jaqueline, na cidade de França Pinto no Rio Grande do Sul. Ela deu aula para mim no 9º ano. As batalhas de rimas também me inspiraram e a leitura de poemas.

Entrevistador - Qual o seu gênero literário preferido e tratam sobre o que?

Entrevistado - Gosto de escrever poesias que falem dos meus sentimentos ou coisas da vida cotidiana

Entrevistador - Como você se descreve:

Entrevistado - Sou uma pessoa calma, muito tímido, diria até antissocial

Entrevistador - Você pretende seguir carreira literária? Fazer um curso superior?

Entrevistado - Tenho vontade de fazer uma faculdade, mas não sei qual. Quanto a ser escritor talvez.

Entrevistador - Sua família apoiaria caso você decidisse ser escritor?

Entrevistado - Acredito que sim

Entrevistador - Você mora com quem e além de escrever gosta de fazer o que mais?

Entrevistado - Moro com minha irmã e gosto de ver filmes de ação.

Nota de Esclarecimento: O estudante é muito tímido e pediu para preservar a sua identidade. Só podemos afirmar que ele estuda na Escola Jorge Lacerda e está no Ensino Médio (risos).

Compartilhando um dos poemas do nosso entrevistado anônimo:

Poema: Solidão

Solidão, algo que não posso descrever

O que me motivou a escrever

Que faz com que muitos

Percam a vontade de viver

Mas acostumado a ela

Eu consigo sobreviver

Solidão, é andar no meio da cidade cheia de gente

Mesmo assim sentir a alma e a mente vazia

É olhar no espelho e se sentir insuficiente

Mesmo que ao olhar de muitos sejamos mais do que suficientes

São lágrimas que ninguém vê

Que só quem as derrama sente

Mas o maior mal de que sofre

Não é sofrer

NTREV I

A solução de um problema

Que está em mim

Em nós

Em você

Por isso lhe peço

Viva mais

Ame mais

Ame-se mais

Acredite em si mesmo

Porque eu sei que você é capaz

ENTREVISTADA: JEANDELINE DONACIEN, 16 ANOS

ESTUDANTE DO ENSINO MÉDIO 1º6

HÁBIL TRANCISTA. TRANÇAS QUE REPRESENTAM O EMPODERAMENTO E A IDENTIDADE DA MULHER NEGRA

Entrevistador - Você é originária de qual país? Mora há quanto tempo aqui e com quem?

JEANDELINE - Sou haitiana, moro há dois anos no Brasil e moro com minha mãe, meu irmão e minha irmã.

Entrevistador - Com quem você aprendeu a fazer as tranças?

JEANDELINE - Aprendi sozinha. Quando eu era criança fazia tranças no cabelo das bonecas

Entrevistador - Essas tranças tem algum nome específico?

JEANDELINE - No Haiti são chamas Penyen ak alonj, no Brasil são chamadas de trança box. Ela une fios de fibra sintética ao cabelo natural.

Entrevistador - Como deve ser preservada?

JEANDELINE - Ela tem duração de aproximadamente três meses, a lavagem deve ser feita diretamente na raíz somente com shampoo.

Entrevistador - Tenho ouvido falar em transição capilar o que significa isso?

JEANDELINE - É quando as mulheres deixam de lado as químicas alisantes para assumir os cabelos naturais.

Entrevistador - Você pretende se aperfeiçoar, fazer cursos, para aprimorar essa sua habilidade?

JEANDELINE - Sim, mas ainda não posso os cursos costumam ser muito caro.

Entrevistador - Você tem sentido falta da escola?

JEANDELINE - Sim, porque lá é mais fácil de aprender

ENTREVISTADA: LUIZA COSTA

ESTUDANTE DO ENSINO MÉDIO 2º4

HÁBIL DESENHISTA E FUTURA MÉDICA

Entrevistador - O que você gosta de fazer e quais são os seus planos para o futuro?

LUIZA - Gosto muito de desenhar e tudo o que envolve esse meio artístico, porém acho que não vou seguir a profissão de desenhista. Será um hobby. Pretendo fazer faculdade de medicina. Acabarei conciliando as duas atividades porque assim como na arte a medicina exige muita coordenação e olhos precisos para não deixar nenhum detalhe passar.

Entrevistador - Quem te estimulou ou te estimula na atividade artística?

LUIZA - Meus pais e na escola quando era elogiada ao fazer os meus trabalhos.

Entrevistador - Como você se define?

LUIZA - Sou uma pessoa muito tímida, adoro ser agradável com todos, sempre me dedico em tudo que faço, sou um pouco indecisa, mas tento ao máximo ver as coisas positivas da vida.

Entrevistador - Você sente falta das aulas presenciais?

LUIZA - Sim, as aulas presenciais melhoram meu aprendizado, tinha mais explicação, conseguir ter uma rotina. Sinto falta de interagir pessoalmente com meus amigos e professores.

ENTREVISTADA: MICAELLE CRISTINE LOURENÇO, 17 ANOS

ESTUDANTE DO ENSINO MÉDIO, 2º3

A FOTOGRAFIA EXPRESSA SUA SENSIBILIDADE

Entrevistador - O que você gosta de fazer?

MICAELLE - Gosto de fazer uso da tecnologia, jogos, editar fotos e vídeos

Entrevistador - Quais são os seus planos para o futuro?

MICAELLE - Pretendo fazer faculdade de nutricionismo e um curso de fotografia

Entrevistador - Em relação a sua personalidade como você se descreve?

MICAELLE - Eu sou uma pessoa muito tímida e isso me atrapalha um pouco. Sou muito focada ao desenvolver um trabalho. Sou atenta aos detalhes e gosto que as coisas sejam feitas do jeito certo. Tento ser gentil e educada com todos.

Entrevistador - Você sente falta do ambiente escolar?

MICAELLE - Sim, porque na escola as matérias eram explicadas e em caso de dúvida fica mais fácil para perguntar.

Entrevistador - Como você se vê daqui há dez anos?

MICAELLE - Me vejo realizando todos os meus sonhos.

Entrevistador - Você faz uso dessa habilidade em sua vida cotidiana?

MICAELLE - Sim, desenho e fotografo tudo que acho interessante.

ENTREVISTADA: TEREZA DE BENGUELA

ENTREVISTADORA: DIENIPHER KAOANE OLIVEIRA DA SILVA, 2º5

RAINHA NO BRASIL, LÍDER DO QUILOMBO QUARITERÊ

De onde você é?

Tereza: Não sei ao certo, alguns dizem que nasci na África em Angola, outros dizem que nasci no Brasil. Como eu era escrava não tenho muita informação sobre minha origem, quando somos escravizados perdemos as nossas referências. Nem o nosso nome africano é mantido.

Onde ficava o Quilombo que você liderou?

Tereza: Ficava entre o rio Guaporé e a atual cidade de Cuiabá, no Estado do Mato Grosso.

 Quem integrava esse quilombo. E como funcionava?

Tereza: Eram negros e índios que fugiam da escravidão, resistimos durante 20 anos  até 1770, quando o capitão do mato Luís Pinto de Sousa Coutinho invadiu o nosso Quilombo. A gente tinha um parlamento, um conselheiro, roça para plantar, teares para fabricar nossos tecidos, sabíamos usar a forja.

Quantas pessoas moravam no quilombo?

Tereza: Cerca de cem pessoas

Você foi homenageada pelo governo brasileiro em 2014 e tema de enredo da escola de samba Viradouro com o título: “Tereza de Benguela-Uma Rainha Negra no Pantanal”.  O que acha disso?

Tereza: Fico muito feliz, porque minha história assim como do meu povo não é conhecida, embora sejamos maioria entre a população brasileira.

Por que você acha que ocorre esse apagamento da história dos negros no Brasil?

Tereza: Porque a história brasileira é contada sob o ponto de vista do europeu branco colonizador, parece que os negros se conformaram com a escravidão. Isso não é verdade, sempre lutamos muito pela liberdade. A existência de vários Quilombos pelo Brasil é exemplo disso.

NOTA DE REPÚDIO:

Exatamente no mês em que as mulheres negras são homenageadas na figura de Tereza, mais um caso de violência policial ocorreu, agora em Parelhos, na Capital de São Paulo, na terça-feira do dia 14 de Julho.

  A cena de uma mulher negra de 51 anos deitada no chão e um policial com o pé no seu pescoço é revoltante. Ela foi entrevistada dias após o ocorrido e declarou que: “Achei que iria morrer sufocada como George Floyd”.

Somando-se a isso há também o caso dos Guarda Municipais Cícero Hilário e Roberto Guilhermino sendo ofendidos pelo desembargador Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira (nome pomposo). Evidenciando o preconceito de classe.

Nesses últimos tempos algumas pessoas se sentem bastante à vontade para externar todo o seu preconceito, arrogância, racismo, ignorância. O passado está mais do que nunca presente no nosso Brasil do século XXI, nos 300 anos de escravidão, cuja abolição não resultou em nenhuma política de inclusão social dos recém libertos, muitos apesar do 13 de Maio de 1888, ainda continuaram e continuam na condição de escravos.

  As atitudes de uma elite que remonta do período colonial na figura do senhor de engenho e depois dos cafeicultores, para os quais as leis não alcançavam. O código criminal só vale para pretos, pretas e pobres e assim se perpetua. Esses casos ainda tiveram alguma repercussão e portanto, algum nível de “punição”, ainda que aparente, porém todas essa situações acontecem cotidianamente é estrutural e institucional. Somente o conhecimento crítico da história permitirá a reflexão e compreensão dos processos que nos forjaram.

ENTREVISTADA: OLYMPE DE GOUGES

UMA MULHER A FRENTE DO SEU TEMPO

Entrevistadores: Luana Francine dos Santos, Neuciane Pereira Santos, Vinicius Gabriel Miler

Olympe me fale sobre você:

Meu nome real é Marie Gouze, eu nasci no dia 7 de maio de 1748, sou uma ativista política, feminista, abolicionista francesa, escritora e revolucionária

Me conte sobre seus trabalhos:

Em 1774 escrevi uma peça anti-escravagista, tenho escritos sobre o divórcio e em relação a atividade sexual antes do casamento, é de minha autoria a frase: “Se a mulher tem o direito de subir no cadafalso, ela deve ter igualmente o direito de subir à tribuna”. Escrevi a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã” e o Contrato Social.

Você acha que uma mulher deve ficar presa em um casamento mesmo quando a sociedade não aprova o divórcio?

Absolutamente não, as mulheres são fortes o suficiente para saírem de um casamento que não se sentem bem, e seguirem sozinhas. Nós mulheres devemos entender que somos suficientes, nos bastamos e assim como os pássaros voam livremente nós também devemos ser livres para voar. Se for em bando ou sozinhas a escolha é nossa

Você se arrepende de ter escrito as peças que causaram a sua prisão?

Eu nunca me arrependo de nada do que faço. Se a pena por dizer a verdade é a prisão, então serei presa milhares de vezes. A culpa não é minha se os homens não aceitam que as mulheres tenham inteligência e sejam capazes de pensar.

O que pretende dizer para a sociedade com as suas obras, seus escritos?

Dizer que nossos direitos precisam ser respeitados, não é uma questão de não ou talvez, somos iguais, porque devemos ser tratadas como objeto? Como se não existíssemos?

Olympe de Gouges infelizmente não pode concluir a entrevista. Foi presa e condenada à morte pelo Comitê Revolucionário por questionar “valores republicanos”. Não teve direito a um advogado, foi guilhotinada no dia 3 de novembro de 1793, aos 45 anos.

Homenagens: Em 2004 foi inaugurado em Paris uma praça com seu nome. “Place Olympe de Gouges”. No ano de 2012 foi publicada uma biografia de Olympe em HQ do autor: Jose-louis Bocquet.

PARTICIPAÇÃO DOS FAMILIARES:

Entrevistadora: Beatriz Soares 2ano3

Entrevistado: Éder Leandro

Em relação ao entrevistador você é:

Entrevistado - Pai

Entrevistador - Qual a sua habilidade ou talento?

Entrevistado - Construir casas

Entrevistador - Na adolescência o que você planejava fazer? Quais eram os seus objetivos?

Entrevistado - Sempre tive ligação com construções, mas meu sonho quando pequeno era ser policial, formar uma família, fazer vários cursos e terminar a escola

Entrevistador - Você conseguiu realizar os seus planos? Quais? O que fez para conquistar os seus objetivos? Em caso contrário o que te impediu de realizar?

Entrevistado - Sim, hoje tenho uma família, terminei meu ensino médio por completo, fiz alguns cursos dos quais eu queria e me tornei Mestre de obras

Entrevistador - Que orientação você daria aos jovens para que consigam realizar seus planos ou projetos?

Entrevistado - Nunca desistir, subir um degrau de cada vez e começar do pequeno para evoluir para o grande

Entrevistador - Espaço aberto para comentários, sugestões, críticas construtivas, elogios. Caso queira fazer:

Entrevistado - Gostei da proposta da revista, de interação com os pais ou maiores responsáveis, buscando o maior envolvimento com a família.

Entrevistador: Raian Willyam Bittencourt, 2°2

Entrevistado: Peterson Jean Bittencourt

Entrevistador - Em relação ao entrevistador você é:

Entrevistado - Pai

Entrevistador - Qual a sua habilidade ou talento?

Entrevistado - Sou muito bom em matemática, em gravar números e pesos

Entrevistador - Na adolescência o que você planejava fazer? Quais eram os seus objetivos?

Entrevistado - Planejava ser arqueólogo. Trabalhar e conhecer o Egito

Entrevistador -  Você conseguiu realizar os seus planos? Quais? O que fez para conquistar os seus objetivos? Em caso contrário o que te impediu de realizar?

Entrevistado - Não consegui. O que me impediu foi a parte financeira

Entrevistador - Que orientação você daria aos jovens para que consigam realizar seus planos ou projetos?

Entrevistado - Estudar bastante, fazer cursos técnicos da atualidade e se possível fazer uma faculdade

Entrevistador - Espaço aberto para comentários, sugestões, críticas construtivas, elogios. Caso queira fazer:

Entrevistado - Achei muito boa a ideia da revista.

RELATO DO DISTANCIAMENTO:

Estudante: Kéryn Cristine Ribeiro Zacarias, 1º6

Sinto muita falta da escola, porque é onde mais socializo. Não sinto tanto em relação ao isolamento, sempre fiquei mais em casa, isolada, não saio muito, só com minha mãe de vez em quando.

Me preocupo muito com minha mãe, por causa da sua saúde, penso também nas pessoas com imunidade baixa que tem doenças como asma, bronquite, diabetes.

Em minha casa somos muito solidários e tentamos ajudar ao próximo conforme aquilo que está ao nosso alcance, queremos que logo tudo isso passe, pois existem pessoas desesperadas, com medo de morrer.

Essa pandemia está sendo como uma guerra, jamais imaginaríamos passar por algo assim e muitos ainda dizem que dias piores virão, mas o que espero é que tudo isso acabe logopara que volte tudo ao normal e as pessoas possam viver com tranquilidade.

VIDAS NEGRAS IMPORTAM:

          Sensibilizada com o brutal assassinato de George Floyd nos Estados Unidos no dia 25 de maio, a professora de sociologia Suelen, desenvolveu com os estudantes a temática: “Racismo, discriminação e o papel do Estado”. Os jovens foram desafiados a produzir poesias sobre o tema. Nada como a arte para despertar e aguçar o senso crítico!

Racismo

 Poesia da estudante: Neuciane Pereira Santos, 2º5

Cedida gentilmente pela professora de sociologia Suelen Cristine Fruneaux

Será que sempre vai ser assim?

Será que um dia

Meus filhos poderão sair na rua sem tanta covardia?

Na rua, na escola ou no trabalho

Três séculos de escravidão

E ainda tem gente que acha que é vitimização?

Eles não vêem

Eles não sentem

A dor que causa na gente?

Racismo: O Retrato da Realidade

Poesia do Estudante: Guilherme Furtado Machado, 1º6

Cedida gentilmente pela professora de sociologia Suelen Cristine Fruneaux

Chega de racismo

Chega de preconceito

Chega de desculpas

Para matar um homem negro

Desde a escravidão

Lutam contra o preconceito,

Recem libertos, mas aprisionados

Em um sistema mal feito

Muitas vezes espancados

Até assassinados

Mas será que sua cor deve ser motivo

Para serem humilhados?

Esse é o retrato da realidade,

Muitas vezes sem noção

Sobre a questão do racismo

Que fez da violência uma tradição